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PSICOLOGIA VIVA

03 setembro, 2021

atividade avaliativa 3a

  atividade avaliativa.

leia o texto e responda as questões a seguir.

MAIORIDADE PENAL E DISCERNIMENTO Rogério Gandra Martins4
 É uma esquizofrenia tratar o menor como capaz de entender um contrato, mas incapaz de "discernir plenamente" um homicídio. [...] O Código Civil de 2002 estabelece que o menor pode dispor sobre seu patrimônio por testamento, ser mandatário em atos jurídicos, entre outras conquistas. Quando se verifica que o menor pode por si só entender as complexidades de um contrato de compra e venda, mas não consegue "discernir plenamente" o que é um homicídio ou não, e caso o pratique será totalmente inimputável, conclui-se que há uma profunda discrepância entre como os outros campos de direito cada vez mais veem o "menor" como apto a conhecer a realidade de direitos e deveres e a legislação penal, datada de 1940, que ainda o vê com ares de total falta de discernimento, tratando-o como uma criança de 2 anos! Ainda do ponto de vista jurídico, não compartilho do entendimento segundo o qual a inimputabilidade penal ao menor de 18 anos seja uma cláusula pétrea da Constituição e, portanto, imodificável. O Direito deve ser revisto de forma urgente, caso contrário, continuará letra morta na questão da maioridade penal. O tema quebrou as barreiras de questionamentos acerca de classes sociais. Barbáries são perpetradas hoje por jovens de todas as classes e a todos é necessária imperiosa repreensão estatal. Reconheço que a diminuição da maioridade penal não resolverá em absoluto os problemas da criminalidade. Mas, uma vez aprovada, grande parte dos "menores sem discernimento" parará para pensar antes de cometer atrocidades. Não podemos ser ingênuos a ponto de imaginar que um menor que pratica um ilícito não sabe de todo o aparato de benesses que o espera. No máximo uma condução a um estabelecimento especial, com a aplicação de uma medida socioeducativa, prazo de permanência ínfimo, bem como um período de prescrição da conduta mínimo. Se adotada a medida, as técnicas do crime organizado de usar a infantaria dos "menores inimputáveis" na primeira linha do front de guerra, a fim de que os "de maior" sejam poupados para operações de grande vulto, seriam razoavelmente diminuídas. O problema da criminalidade no país só será realmente analisado caso se pratiquem contundentes medidas interdisciplinares. Um elevadíssimo investimento em educação de altíssima qualidade, aparelhamento e condições efetivas para que as polícias possam de fato prestar segurança à população, uma verdadeira revolução em termos de políticas públicas a fim de retirar as populações menos abastadas dos níveis de miséria e não as algemas eleitorais de parcas bolsas família e tantas outras bolsas. Se 93% da população brasileira é favorável a essa redução, o mínimo que a ela se pode ofertar é a possibilidade de exercer sua cidadania por um plebiscito. Ou se toma uma atitude condizente com a realidade brasileira, ou o que se poderá falar amanhã para o pai ou mãe de um filho vítima inocente de um homicídio com requintes de crueldade? Será que aceitarão as palavras "Tenham pena do garoto, não sabe ainda o que faz"?


conforme estudos e debates em sala, responda as seguintes questões;


1 O principal objetivo comunicativo do texto é: 
(A) Demonstrar que os atos infracionais cometidos por menores poderão ser reduzidos a partir de medidas socioeducativas. 
(B) Apresentar as deficiências das leis brasileiras no que tange às penalidades e às medidas de recuperação concedidas aos menores infratores.
(C) Mostrar que o problema da criminalidade poderá ser minimizado a partir de medidas interdisciplinares e de uma maior responsabilização dos menores infratores. 
(D) Evidenciar que o plebiscito é uma prática que insere a população brasileira nas discussões sobre a responsabilização dos menores infratores.

Analise as proposições sobre a história da redução da maioridade penal no Brasil.

2 Analise as seguintes proposições: 

I – O menor é incapaz de discernir plenamente um homicídio. 

II – As áreas do Direito a que se refere o texto são incoerentes entre si, pois atribuem capacidades e responsabilidades distintas aos menores. 

III – A diminuição da maioridade penal contribuirá para que o envolvimento do menor com a criminalidade seja avaliado. 

IV – As medidas socioeducativas são suficientes para a minimização dos atos de violência que envolvem os adolescentes. 

V – Os menores que cometem crimes bárbaros são incapazes de avaliar os atos ilícitos. Assinale a alternativa CORRETA. 

(A) Somente as proposições I e IV estão de acordo com o texto. 

(B) Somente as proposições II e III estão de acordo com o texto. 

(C) Somente as proposições III e IV estão de acordo com o texto. 

(D) Somente as proposições II, III e IV estão de acordo com o texto.


3 Considerando-se o contexto, traduz-se CORRETAMENTE o sentido de um fragmento do texto em: 

(A) “Continuará letra morta” (linha 12) = disposição ou preceito legal que tem valor histórico. 

(B) “É uma esquizofrenia” (linha 1) = doença psíquica que prejudica o discernimento por parte dos menores. 

(C) “Aparato de benesses” (linha 19) = conjunto de penalidades a que são submetidos os menores infratores. 

(D) “Inimputabilidade penal” (linhas 10 e 11) = não responsabilização dos menores pelos atos ilícitos cometidos.


4 Sobre a composição do texto, é correto afirmar, EXCETO: 

(A) A expressão “ainda do ponto de vista jurídico” (linha 10) acrescenta um novo argumento sobre o aumento da criminalidade no país. 

(B) A primeira frase do texto funciona como introdução às ideias discutidas e compõe-se de uma afirmação que apresenta o posicionamento do autor. 

(C) As palavras “barbáries” (linha 13), “atrocidades” (linha 17) e “ilícito” (linha 18) são empregadas no sentido de crimes cometidos por menores. 

(D) A interrogação contribui para que se possa inferir a intenção do autor de conduzir o leitor para um posicionamento convergente ao defendido no texto.

texto 2

MAIORIDADE PENAL: CONTRA OU A FAVOR? Maria Clara Lucchetti Bingemer.

Quando se fala em tomar medidas legais para combater a criminalidade, inevitavelmente vem à tona a discussão sobre a redução da maioridade penal — a idade em que, diante da lei, um jo

vem passa a responder inteiramente por seus atos, como os cidadãos adultos. Existem atualmente no Congresso Nacional mais de 54 projetos de lei com esse objetivo. [...] Por que tanta gente está disposta a empunhar essa bandeira? Efetivamente, os argumentos são fortes. Se alguém com 16 anos de idade pode votar, por que não poderia responder por crimes cometidos? Se pode tomar bebida alcóolica e dirigir carro, por que não pode ser preso? Os que defendem a redução da maioridade penal acreditam que os adolescentes infratores cometem crimes porque não são suficientemente punidos. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é considerado tolerante demais com a delinquência e portanto inoperante para cumprir sua função de intimidar os jovens que pensam em transgredir a lei. Além disso, supõe-se que o número de crianças e adolescentes infratores esteja aumentando vertiginosamente, e que essa tendência só poderá ser revertida com a adoção de medidas repressivas. [...] Mas, o quadro é menos sombrio do que se costuma crer: as estatísticas mostram que os homicídios cometidos por menores de 18 anos estão bem abaixo de 10% do total do país. E mais: a solução mais adequada seguramente não é essa: reduzir a maioridade penal. Corremos sério risco de, em fazendo isso, ver em breve os traficantes recrutando menores de idade cada vez mais baixa. E as novas gerações se prostituindo e sendo exterminadas de forma cada vez mais cruel. Se nosso sistema carcerário fosse realmente recuperador e reintegrador do infrator na vida social, o problema seria diferente. Mas o que vemos são jovens entrando primários nos cárceres e reformatórios e dali a alguns anos com mais vários crimes nas costas. Reduzir a maioridade penal nessa situação é empurrar jovens já em frágil equilíbrio emocional e psíquico cada vez mais para o caminho sem volta do crime e da morte.

1 Analise as assertivas. É correto afirmar, EXCETO: 

(A) A expressão “em fazendo isso” (linha 14) retoma “reduzir a maioridade penal”. 

(B) Os vocábulos “efetivamente” (linha 5) e “seguramente” (linha 14) expressam posicionamento da autora. (

C) O emprego da forma verbal “corremos” (linha 14), no plural, generaliza a afirmação, incluindo todos os seres humanos, inclusive a autora do texto. 

(D) Os termos “além disso” (linha 10); “e mais” (linha 13) e “portanto” (linha 9) estabelecem, nos respectivos trechos em que aparecem, semelhantes relações de sentido.


2 A autora defende um ponto de vista acerca da redução da maioridade penal. Assinale a alternativa que expressa o argumento utilizado pela autora para a defesa de sua posição sobre a questão discutida: 

(A) Os jovens possuem frágil equilíbrio emocional e psíquico, por isso são mais vulneráveis à prática de atos infracionais. 

(B) O Estatuto da Criança e do Adolescente tem sido ineficaz na sua função de diminuir os atos infracionais cometidos por menores. 

(C) O sistema de detenção de infratores apresenta limitações no sentido de promover a recuperação e a reintegração dos delinquentes. 

(D) Os índices de prostituição e de morte de menores têm crescido substancialmente nos últimos anos, de forma cada vez mais violenta.