Olá, alunos
Esta é a nossa avaliação referente ao 3º bimestre.
Vocês podem me enviar a resposta (word, pdf ou foto do caderno) via wpp ou no email: jessicablima@prof.educacao.sp.gov.br. Não se esqueçam de colocar identificação (nome completo e turma)
Um abç
Professora Jessica
Avaliação
de Filosofia
Música,
Filosofia e a Indústria Cultural
O termo Indústria Cultural (do
alemão, Kulturindustrie)
foi desenvolvido pelos intelectuais da Escola de Frankfurt, especialmente Max
Horkheimer (1895-1973) e Theodor Adorno (1903-1969).
A
expressão surgiu na década de 1940, no livro “Dialética do Esclarecimento: Fragmentos Filosóficos”,
escrito pelos autores citados acima em 1942 e publicado em 1972.
O
termo designa o fazer cultural e artístico sob a lógica da produção industrial
capitalista.
Possui
como corolários o lucro acima de tudo e a idealização de produtos adaptados
para consumo das massas.
Vale
destacar a influência marxista desta interpretação, a qual pressupõe a economia
enquanto "mola propulsora" da realidade social.
Na
Indústria Cultural, se fabricam ilusões padronizadas e extraídas do manancial
cultural e artístico. Estas se mercantilizam sob o aspecto de produtos
culturais voltados para obter lucro.
Além
disso, tem o intuito de reproduzir os interesses das classes dominantes,
legitimando-as e perpetuando-as socialmente.
Assim,
ao submeter os consumidores à lógica da Indústria Cultural, a classe dominante
promove a alienação* nas
dominadas.
Como
resultado, torna os dominados incapazes
de elaborarem um pensamento crítico que impeça a reprodução ideológica do
sistema capitalista.
Por
outro lado, o aperfeiçoamento tecnológico da Indústria Cultural permitiu que se
perpetuasse o desejo de posse pela renovação técnico-científica.
Ademais,
qualquer comportamento desviante das necessidades do consumo é combatido e
tratado como anormal pela Indústria Cultural.
A cultura
popular e erudita são simplificadas e falsificadas
para se transformarem em produtos consumíveis.
Isso
provoca a decadência das formas mais originais e criativas de fazer cultura e
arte.
*Alienação
[Filosofia]: Segundo o hegelianismo, momento em que a consciência
se torna desconhecida a si própria ou a sua própria essência.
[Psicologia] Estado
da pessoa que, tendo sido educada em condições sociais determinadas, se submete
cegamente aos valores e instituições dadas, perdendo assim a consciência de
seus verdadeiros problemas.
- Vamos colocar em prática a capacidade de análise
filosófica. O faremos a partir da música “Cálice” de Chico Buarque
A música Cálice foi
escrita em 1973 por Chico Buarque e Gilberto Gil, sendo lançada apenas em 1978.
Devido ao seu conteúdo de denúncia e crítica social, foi censurada pela
ditadura, sendo liberada cinco anos depois. Apesar do desfasamento temporal,
Chico gravou a canção com Milton Nascimento no lugar de Gil (que tinha mudado
de gravadora) e decidiu incluir no seu álbum homônimo.
Cálice se tornou num dos mais famosos hinos
de resistência ao regime militar. Trata-se de uma canção de protesto que
ilustra, através de metáforas e duplos sentidos, a repressão e a violência do
governo autoritário.
Analise a letra, pesquise o
significado das metáforas e registre com suas palavras (mínimo 10 linhas)
Cálice
Pai,
afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como beber
dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta
Pai,
afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como é
difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa
Pai,
afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
De muito
gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade
Pai,
afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Talvez o
mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça