Olá, alunos!
Segue a atividade da semana.
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Pode ser por email (jessicablima@prof.educacao.sp.gov.br) ou no wpp* (19 97157-6464)
*Número novo. Repassem aos colegas, por favor
Att.
Professora Jessica
Atividade de Filosofia – 1º ano
Leitura e análise de
Texto:
Introdução à Estética.
O que é Estética na Filosofia?
A Estética, também chamada de Filosofia da Arte, é uma das áreas de
conhecimento da filosofia. Tem sua origem na palavra grega aisthesis,
que significa "apreensão pelos sentidos", "percepção".
É uma forma de conhecer (apreender) o mundo através dos cinco sentidos
(visão, audição, paladar, olfato e tato).
Importante saber que o estudo da estética, tal como é concebido hoje,
tem sua origem na Grécia antiga. Entretanto, desde sua origem, os seres humanos
mostram possuir um cuidado estético em suas produções.
Das pinturas rupestres, e os primeiros registros de atividade humana,
ao design ou à arte contemporânea, a capacidade de avaliar as
coisas esteticamente parece ser uma constante.
Mas, foi por volta de 1750, que o filósofo Alexander Baumgarten
(1714-1762) utilizou e definiu o termo "estética" como sendo uma área
do conhecimento obtida através dos sentidos (conhecimento sensível).
A estética passou a ser entendida, ao lado da lógica, como uma forma
de conhecer pela sensibilidade.
Desde então, a estética se desenvolveu como área de conhecimento. Hoje,
é compreendida como o estudo das formas de arte, dos processos de criação de
obras (de arte) e em suas relações sociais, éticas e políticas.
A Beleza entre os Gregos
A filosofia grega, a partir de seu período antropológico, buscou
perceber os motivos pelos quais as atividades humanas possuem um
comprometimento com um valor estético: a beleza.
Desde o início dos tempos, a ideia de beleza e de bem fazer estão
interligadas à produção e transformação da natureza.Com isso, o filósofo grego
Platão (427-347) buscou relacionar a utilidade com a ideia da beleza. Ele
afirmou a existência do "belo em si", uma essência, presente no
"mundo das ideias", responsável por tudo o que é belo.
Muitos dos diálogos platônicos têm como discussão o belo,
sobretudo O Banquete. Nele, Platão se refere ao belo como uma meta
a ser alcançada por todo o tipo de produção.
Entretanto, o filósofo une o belo à sua utilidade e ataca a poesia e o teatro grego. No pensamento platônico, esse tipo de atividade não possuía utilidade e gerava confusão acerca dos deuses e dos objetivos das ações humanas.
Em seu livro A República, Platão deixa claro que na formulação de sua cidade
ideal, a poesia grega seria afastada da formação dos homens por desvirtuar os
indivíduos.
Em Aristóteles, há a compreensão de arte como técnica destinada à
produção. O filósofo busca definir os termos gregos: práxis (ação), poiesis (criação)
e techné (regras e procedimentos para se produzir algo).
Sendo assim, passa a ser entendido como arte, tudo o que passa por essas
três dimensões, todo o tipo de trabalho e tudo aquilo que produz algo novo.
Entretanto, há uma forte hierarquia entre as artes gregas. As artes da
razão, que trabalham com o intelecto, são entendidas como superiores às artes
mecânicas, que trabalham com as mãos.
O trabalho com as mãos é compreendido como um trabalho menor,
desvalorizado, destinado aos escravos. Cabia ao bom cidadão grego as atividades
do intelecto como a matemática e a filosofia.
A Beleza ao Longo da História da Filosofia
A beleza era entendida pelos gregos em sua objetividade. Essa concepção
foi mantida durante toda a Idade Média e estendida em sua relação com a
religião. A ideia de perfeição e beleza estiveram relacionadas à manifestação
da inspiração divina.
Durante o período, a arte foi utilizada como um instrumento a serviço da
fé. Seu principal objetivo era revelar o poder da Igreja e expandir a religião
cristã. A beleza em si mesma passou a ser relacionada ao pecado.
Com o fim da Idade Média, o Renascimento buscará separar-se da visão
religiosa da beleza. A ideia da beleza passa a se relacionar com a reprodução
mais fiel possível da realidade. O artista passa a assumir o protagonismo, sua
qualidade técnica passa a ser valorizada.
A beleza, entendida em sua objetividade, vai estar relacionada com as
proporções, formas e harmonia das representações da natureza. Essas
características tornam-se expressões matematicamente presentes nas obras de
arte.
Definiu-se, então, um campo relativo às sete artes (pintura, escultura,
arquitetura, música, dança, teatro e poesia) ou, belas artes. Essa concepção de
arte se mantém até os dias atuais, apesar de terem surgido novas formas de
expressão artística (fotografia, cinema, design, etc.).
Baumgarten e a Criação da Estética
O filósofo alemão Alexander Baumgarten inaugurou a estética como área de
conhecimento da filosofia. Buscou compreender os modos de reprodução da beleza
pela arte.
Em boa parte, isso se deu pelo fato da arte ter se estabelecido como um
ato de produção que pode estar associada a um valor econômico.
Para atribuir um valor a uma obra é necessária uma compreensão da arte
que vai além do simples gosto. Baumgarten buscou estabelecer regras capazes de
julgar o valor estético da natureza e da produção artística.
As bases definidas pelo filósofo propiciaram que ao longo do tempo a
arte fosse concebida para além de sua relação com a beleza. A arte passa a se
relacionar com outros sentimentos e emoções, que influenciam a identificação do
que é belo e de seu valor.
Kant e o Juízo de Gosto
O filósofo Immanuel Kant (1724-1804)
propôs uma importante mudança no que diz respeito à compreensão da arte. O
filósofo tomou três aspectos indissociáveis que possibilitam a arte como um
todo.
É a partir do pensamento do filósofo que a arte assume o seu papel como
instrumento de comunicação. Para ele, a existência da arte depende de:
·
o artista, como gênio criador;
·
a obra de arte com sua beleza;
·
o público, que recebe e julga a obra.
Kant desenvolve uma ideia de que o gosto não é tão subjetivo como se
imaginava. Para haver gosto, é necessário que haja educação e a formação desse
gosto.
O artista, por sua vez, é compreendido como gênio criador, responsável
por reinterpretar o mundo e alcançar a beleza através da obra de arte.
Seguindo a tradição iluminista, que busca o conhecimento racional como
forma de autonomia, o filósofo retira a ideia do gosto como algo indiscutível.
Ele vai contra a ideia de que cada pessoa possui o seu próprio gosto.
Para Kant, apesar da subjetividade do gosto, há a necessidade de
universalizar o juízo de gosto a partir da adesão de outros sujeitos a um mesmo
julgamento.
O filósofo buscou resolver essa questão através da ideia de que para
alguma coisa ser considerada bela, é necessário antes, compreender o que ela
realmente é. Sendo assim, a educação seria responsável pela compreensão da arte
e, a partir daí, a formação do gosto.
O juízo de gosto une a universalidade da apreciação da beleza às
singularidades e particularidades do artista, da obra e do público.
Responda:
- Explique a Estética na
concepção kantiana
- Comente a concepção de
beleza dos gregos antigos